A 36ª temporada de Os Simpsons chegou ao fim. Ela trouxe uma surpresa: um flash-forward mostra a morte de um membro da família. Aparentemente, Marge Simpson morre. Contudo, essa “morte” não é um fim definitivo. Ela é mais um sinal. A série lida com sua longevidade.
Experimentando o Fim: Um Jogo de Cena
Os Simpsons está se tornando experimental. A série já completou 36 temporadas. Além disso, tem renovação garantida até a 40ª. O programa está em um território novo. Ele dura muito mais que comédias típicas. Talvez por isso, a 36ª temporada brincou com a ideia de um final de série. Mas o fim não está à vista.
A estreia da temporada, no outono, teve um final de série falso. Conan O’Brien foi o apresentador. Bart, que tem para sempre 10 anos, fez 11. Ele reagiu mal a mudanças bruscas. No último episódio da 36ª temporada, “Estranger Things”, a série avançou no tempo. Marge, a matriarca, havia falecido. Bart e Lisa, agora adultos, estavam distantes. Homer, surpreendentemente, continuava vivo.
Morte de Marge? Calma Lá!
Fãs que assistiram ao final no streaming geraram polêmica. Marge está “realmente” morta? Provavelmente, são espectadores menos frequentes. Eles pegam as notícias da internet. No entanto, ela não está morta. “Estranger Things” é um episódio de flash-forward. A série já fez muitos. Geralmente, são versões alternativas do futuro. Não são partes de uma linha do tempo conectada. Os flashbacks da série também são contraditórios de propósito.
O Envelhecimento das Vozes e a Realidade da Impermanência
Por que a “morte de Marge” pegou fogo na internet? Isso pode ter a ver com a mortalidade que ronda a série. Quem assiste a Os Simpsons hoje percebe as diferenças. Os personagens soam diferentes. A animação preserva a aparência. Mas ela não pode vencer os “estragos do tempo”.
Os Simpsons usa os mesmos dubladores há quase quatro décadas. É natural que as vozes mudem. A voz de Marge é a mais notável. Julie Kavner (Marge) faz 75 anos este ano. Marge, porém, está sempre perto dos 40. Algumas falas ainda soam como a Marge “original”. Mas, muitas vezes, é uma versão mais rouca e arranhada. Ela parece a mãe de Marge (também dublada por Kavner). Harry Shearer, que dubla vários personagens, como Sr. Burns e Ned Flanders, também soa mais velho.
Novos dubladores foram contratados. Isso ocorreu por motivos de sensibilidade racial. Atores negros agora dublam personagens negros, por exemplo. Esses novos dubladores trazem seu próprio estilo. Além disso, Pamela Hayden, que dublava Milhouse, se aposentou. Uma nova voz assumiu o personagem.
Mudanças Criativas e a Mensagem Emocional
A série passou por mudanças criativas. Algumas foram muito boas. Sob o showrunner Matt Selman, a série melhorou nos últimos anos. Ela buscou histórias mais ambiciosas e emocionantes. Nem todas são hilárias. Mas os criadores se sentem engajados.
A morte de Marge foi tratada de forma leve. Houve um breve vislumbre de seu funeral. O episódio terminou com ela feliz no céu. A parte mais tocante de “Estranger Things” é outra. Bart e Lisa param de gostar de Comichão e Coçadinha. Eles percebem que o desenho é para bebês. Esta é a parte mais engraçada do episódio. Ela faz observações sobre marketing e gostos de crianças. É uma paródia da cena emocionante de Toy Story 2.
A ideia do laço entre Bart e Lisa se quebrando por causa de Comichão e Coçadinha é poderosa. Marge se angustia com isso. Isso mostra uma mudança incomum. Os Simpsons brinca com sua capacidade de “resetar” os personagens há décadas. No episódio, a série mostra um processo natural. É menos drástico que a morte, mas constante. É sobre deixar de lado a mídia que amávamos. A série Os Simpsons pode “brincar” com despedidas. Mas ela não pode ter um adeus real.