Quais serão as principais tendências dos games na próxima década?
Outra década se aproxima e isso representa a hora perfeita para realizarmos projeções para o novo tempo. No ramo da tecnologia, praticamente tudo muda em 10 anos e fazer uma prévia do que pode acontecer entre 2020 até 2029 é praticamente impossível.
Apesar de ser complicado prever o que deve acontecer na tecnologia no futuro a médio prazo, é possível antecipar algumas tendências que provavelmente se tornarão cada vez mais fortes no mundo dos games.
Um mundo mais imerso na realidade virtual
A ascensão do mercado da realidade virtual é algo que impressiona e uma breve história com alguns exemplos comprova isso. Em 2012, os desenvolvedores de um projeto com o codinome Oculus Rift procuravam tornar realidade o uso de óculos de realidade virtual.
Após realizar um financiamento coletivo online, eles arrecadaram aproximadamente US$ 2 milhões. O projeto vingou, foi um sucesso e teve o nome de Oculus VR. Em 2014, dois anos após o financiamento coletivo, a Facebook resolveu comprar a empresa por cerca de US$ 2 bilhões.
O investimento realizado pela Facebook chamou atenção de outras gigantes do mercado. Em 2016, a Sony lançou o seu tão aguardado PlayStation VR que, apesar de não ter agradado a todo mundo, foi um presságio do futuro com ótimas vendas.
Desde o lançamento do PlayStation VR, dezenas de jogos foram lançados para o console e alguns com altíssimo investimento. Como o futuro da mídia deve ser cada vez mais pautado pela realidade virtual, no videogame isso não deve ser a exceção.
Cada vez mais poker
O poker veio como um furacão ainda na última década, quando nos primeiros anos da década de 2000 o jogo passou por um processo de popularização na internet.
Hoje, o poker online virou muito mais do que uma ideia de startups ousadas. O mercado atual movimenta bilhões de dólares anualmente e a expectativa é que tudo só cresça para que o jogo se torne ainda mais popular.
Além de ser um jogo divertido e casual para muitos, o poker já é a profissão de alguns jogadores há muito tempo. Na página de embaixadores da partypoker, por exemplo, é possível conhecer detalhadamente a carreira de vários profissionais do poker que se destacam mundialmente.
Devanir Campos, diretor executivo do Campeonato Brasileiro de Poker, acredita que o poker tem tudo para se tornar uma das modalidades mais preferidas dos brasileiros. “O potencial é enorme e sentimos isso nesta década. O futuro vai ser ainda melhor para todo mundo envolvido no jogo”, aponta.
Jogadores serão mais criadores do próprio destino
Alguns games desta década se destacaram pela enorme interatividade do jogador com a história. Em Detroit: Become Human, por exemplo, o gamer toma atitudes impactantes que interferem no final da história.
Em Detroit: Become Human, o storytelling é colocado em evidência o tempo todo. Apesar de ser um jogo encaixado no gênero aventura e ação, não é preciso estar com uma arma empunhada na mão o tempo todo ou socando algum inimigo para dar sentido ao jogo. De maneira inteligente e perspicaz, o jogo imerge o jogador para dentro da história e o obriga a tomar decisões ambíguas.
Mais cedo na década, games da própria Quantic Dream como Beyond: Two Souls e Heavy Rain também impressionaram com jogos de narrativa cativante em que o gamer tem a escolha nas mãos em muitas decisões. Vale citar que Beyond: Two Souls foi considerado um dos melhores jogos de seu ano de lançamento.
Não só em gêneros como ação e aventura que esse sentido de storytelling deve se tornar mais frequente. Até mesmo em games de esporte, como por exemplo na série NBA 2K, isso tem se tornado constante e com personagens reais como Idris Elba e LeBron James participando da trama.
Segundo o artista Chris Milk, que é conhecido mundialmente como uma das principais referências da realidade virtual, no futuro os filmes vão ser capazes de criar uma história em tempo real que é só para o expectador. Isso já é realidade nos videogames e a expectativa é que a tendência só aumente.
Multiplataforma deve se tornar uma realidade constante
No futuro, o game que você joga na televisão não vai simplesmente “morrer” ali e essa tendência já é presente em alguns jogos. Em Fifa 20, o gamer tem a possibilidade de controlar as transações de sua equipe no modo Ultimate Team através de um dispositivo móvel.
Com um smartphone em mãos, o jogador pode vender jogadores, contratar lendas, realizar desafios e procurar por outras possibilidades de incrementar a equipe. Tudo sem precisar ligar o videogame.
Estar conectado com o game não é só ter o controle nas mãos para tomar ações com uma televisão na frente. Possibilidades de interferir na história como em Fifa 20 só deverão ser mais frequentes no futuro dos games.
Tudo isso tem a intenção de gerar uma interação mais incrementada e imersiva no mundo dos jogos. Como as pessoas ficam em média mais de nove horas por dia conectadas ao celular, esse propósito de multiplataforma tem tudo para vingar de vez.
